A dor crônica é uma condição complexa e desafiadora que afeta milhões de pessoas em todo o mundo, impactando significativamente a qualidade de vida, a saúde mental e a capacidade funcional dos indivíduos.
Segundo dados preliminares da última edição do Estudo Longitudinal da Saúde dos Idosos (ELSI-Brasil) financiado pelo Ministério da Saúde, aproximadamente 37% dos brasileiros acima de 50 anos têm dores crônicas.
Para profissionais de educação física e da área da saúde, oferecer um atendimento eficaz e humanizado a esses pacientes exige uma abordagem multidisciplinar, empatia e conhecimento profundo sobre as particularidades da dor crônica.
Compreendendo a complexidade da dor crônica
A dor crônica é definida como uma dor persistente, com duração maior que três meses, que transcende a mera sensação física, se tornando uma experiência multifatorial, influenciada por aspectos biológicos, psicológicos e sociais.
Diferentemente da dor aguda, que serve como um sinal de alerta para lesões, a dor crônica perde essa função, tornando-se, uma doença em si.
Fatores emocionais como ansiedade, depressão e estresse também podem exacerbar a dor e dificultar ainda mais o tratamento.
Importância de uma abordagem multidisciplinar
O tratamento da dor crônica exige uma abordagem multidisciplinar que integre diferentes especialidades. Por isso, profissionais de educação física e profissionais da saúde tem papel fundamental para melhorar o atendimento a pacientes/alunos com dores crônicas.
Avaliação completa e individualizada
O primeiro passo para um atendimento eficaz é a realização de uma avaliação completa e individualizada. Investigue o histórico do paciente/aluno, os fatores desencadeantes da dor, o impacto na vida diária, as comorbidades e os tratamentos anteriores.
Utilize instrumentos de avaliação padronizados, como a escala visual analógica (EVA) e questionários de qualidade de vida, para quantificar a dor e sua repercussão.
Educação do paciente/aluno
A educação do paciente/aluno é fundamental para o sucesso do tratamento. Explique a natureza da dor crônica, os mecanismos envolvidos e a importância da participação ativa no tratamento.
Desmistifique crenças negativas sobre a dor e promova o empoderamento do paciente, incentivando a autogestão e o autocuidado. O site pesquisa em dor traz um passo a passo que podemos encaminhar aos pacientes nestes momentos.
Estratégias de manejo da dor crônica
Além de desenvolver estratégias de treinamento eficazes, é importante pensar também em estratégias de manejo da dor, visado reduzir a intensidade dela, melhorar a funcionalidade e promover o bem-estar.
- Terapia medicamentosa: Analgésicos, anti-inflamatórios, antidepressivos e outros medicamentos podem ser prescritos pelo médico para controlar a dor, mas devem ser utilizados com cautela, considerando os efeitos colaterais e a possibilidade de dependência.
- Fisioterapia: Exercícios terapêuticos, alongamento, fortalecimento muscular e técnicas de mobilização articular auxiliam na melhora da força, flexibilidade, postura e amplitude de movimento, contribuindo para a redução da dor e a recuperação funcional.
- Terapia Ocupacional: Ajuda os pacientes/alunos a adaptarem suas atividades diárias e ambiente de trabalho para minimizar o impacto da dor e promover a independência.
- Terapias Cognitivo-Comportamentais (TCC): As TCCs auxiliam os pacientes/alunos a identificar e modificar pensamentos e comportamentos disfuncionais que podem perpetuar a dor. Técnicas de relaxamento, como meditação e mindfulness, também podem ser incorporadas ao tratamento para reduzir o estresse e a ansiedade.
Realize uma abordagem centrada no paciente
A abordagem centrada no paciente é crucial para um atendimento humanizado e eficaz. Priorize a comunicação aberta e empática, reconhecendo as necessidades, valores e preferências do paciente. Envolva o paciente nas tomadas de decisões, construindo um programa de treinamento físico que respeite suas individualidades.
Faça monitoramento e reavaliação
O tratamento da dor crônica é um processo dinâmico que exige monitoramento constante e reavaliações periódicas. Acompanhe a evolução do paciente/aluno, ajuste o programa de treinamento físico conforme necessário e esteja atento a potenciais efeitos colaterais dos medicamentos.
Sempre que possível, é bem importante a comunicação entre o profissional de educação física com os demais profissionais que estão tratando o paciente como médicos, fisioterapeutas, psicólogos. Isso auxilia na segurança e adesão ao treinamento.
Profissionais de educação física e demais da saúde tem papel crucial no tratamento da dor crônica
Profissionais de educação física, e demais da saúde, desempenham um papel fundamental no tratamento da dor crônica, auxiliando na recuperação da capacidade funcional, na melhora da qualidade de vida e no bem-estar psicológico.
Para prevenir lesões musculoesqueléticas e tratar pessoas com dores crônicas, é importante desenvolver programas de exercícios individualizados, considerando as limitações, objetivos e preferências do paciente/aluno.
A chave para o sucesso reside na construção de um relacionamento colaborativo com o paciente, ouvindo suas necessidades, compreendendo suas experiências e trabalhando em conjunto para encontrar soluções personalizadas que promovam a autonomia, o bem-estar e uma vida mais plena, mesmo com a presença da dor.
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