A relação entre o estresse e as lesões musculoesqueléticas 

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O estresse é um problema comum na vida moderna e pode afetar a saúde física e mental de qualquer pessoa.  

E mais: quando se trata de lesões musculoesqueléticas, o estresse pode ser um fator contribuinte, tanto para a ocorrência da lesão, como também dificultando a recuperação. 

O que é estresse? 

Antes de qualquer coisa, é importante entender que o estresse é uma resposta natural do corpo a situações desafiadoras.  

Quando o corpo percebe uma ameaça, ele libera hormônios do estresse, como o cortisol, que ajuda a nos preparar para a ação.  

O estresse pode ser causado por uma variedade de fatores, incluindo trabalho, relacionamentos, finanças, saúde, etc. 

A relação entre o estresse e as lesões musculoesqueléticas 

O estresse pode afetar o corpo e ocasionar lesões musculoesqueléticas de várias maneiras. Existe uma resposta psicológica conhecida à lesão que pode prolongar a recuperação das lesões musculoesqueléticas; por outro lado, os distúrbios de saúde mental em atletas não estão apenas associados a um risco aumentado de lesões, mas também desencadeiam resultados mais desfavoráveis, incluindo tempos de recuperação prolongados, taxas aumentadas de recorrência de lesões, taxas reduzidas de retorno ao desporto e redução do desempenho após o regresso. 

Estudo aponta que estudantes que apresentavam alto nível de estresse tinham mais chances para ocorrência de dor musculoesquelética na região da coluna vertebral (OR=2,92; IC95%=1,30-6,55), membros superiores (OR=3,27; IC95%=1,80-5,92) e inferiores (OR=3,10; IC95%=1,81-5,29). Assim, os pesquisadores demonstraram uma associação entre estresse percebido e a ocorrência de dor musculoesquelética entre estes estudantes, revelando a importância de instituir programas que visem à saúde dos mesmos. 

Mais um estudo sobre o tema, teve como objetivo estimar a prevalência de depressão e estresse emocional, bem como avaliar a autopercepção de saúde em praticantes regulares de exercícios que procuraram uma clínica de medicina esportiva com lesões musculoesqueléticas. A maioria dos pacientes incluídos e controles se descreveu como praticantes recreativos (82%), 16% como praticantes de alto volume e 2% como atletas de elite ou profissionais. Os tipos de exercícios geralmente praticados incluíam esportes (por exemplo, futebol, handebol), corrida, ciclismo, levantamento de peso, dança/ginástica, esportes de raquete, natação e caminhada rápida. Muitos dos praticantes de exercícios que apresentavam lesões no estudo relataram sintomas de estresse, e 30% foram classificados como tendo estresse clínico (grave). Essa prevalência foi mais alta do que nos praticantes de exercícios não lesionados (22%) e também superior à população em geral. Os praticantes de exercícios que apresentavam lesões relataram significativamente mais problemas em todas as cinco dimensões do EQ-5D (questionário de qualidade de vida) em comparação com os controles não lesionados. Eles também tiveram uma autopercepção de saúde mais baixa, com pontuação média EQ VAS (escala de autopercepção de saúde) de 68,9 em comparação com 86,8 nos praticantes de exercícios não lesionados. 

Ou seja: o estresse pode afetar a saúde física e mental de uma pessoa de várias maneiras. Além da magnitude e frequência do evento estressor, a avaliação que o indivíduo faz da situação e os recursos que ele tem para lidar com ela, também são importantes.  

A maneira positiva de lidar com o fato pode contribuir para níveis adequados de estresse que alguns atletas lesionados apresentam.  

Como prevenir lesões musculoesqueléticas relacionadas ao estresse? 

O profissional de educação física ou da área da saúde, que atua na reabilitação de pessoas e deseja prevenir lesões musculoesqueléticas, deve considerar os fatores citados anteriormente para proporcionar um processo de reabilitação mais tranquilo do ponto de vista emocional. 

Trate o contexto do problema 

Conhecer as fontes de estresse que afetam alunos/atletas lesionados, como dor, sedentarismo, incertezas médicas, processo lento de reabilitação, dificuldades financeiras e oportunidades perdidas, é importante. 

Uma das principais formas de evitar lesões musculoesqueléticas e também de garantir melhores resultados no tratamento de quem já está lesionado, é entendendo o contexto do problema. 

Por isso, o profissional de educação física pode trabalhar em parceria com psicólogos, nutricionistas, fisioterapeutas e médicos, a fim de prestar suporte adequado para a resolução deste problema. 

Promova uma vida mais saudável 

O estresse está diretamente relacionado com distúrbios do sono, má alimentação, comportamento sedentário, dentre outros hábitos nocivos que prejudicam a qualidade de vida. 

Por isso é importante que o profissional de educação física em conjunto com nutricionista, auxilie o paciente/aluno a ter uma rotina e exercício físico combinada com uma alimentação saudável, através de um consumo adequado de gorduras, carboidratos, proteínas, vitaminas e minerais, que são essenciais para o bem-estar do organismo. 

Além disso, é importante frisar que há a perda de nutriente durante o quadro de estresse crônico e que pode ser agravado pelo consumo de itens como cafeína, açúcar e sal. 

O sono adequado também é essencial para o bem-estar físico e mental. Dormir pelo menos 7 horas por noite e evitar o consumo de cafeína e álcool antes de dormir é imprescindível. 

Também é aconselhável manter um horário regular de sono para ajudar o corpo a se ajustar ao ritmo circadiano. 

Realize um acompanhamento empático e humanizado 

Você, profissional de educação física ou da área da saúde, precisa realizar um acompanhamento empático e humanizado em todos os seus pacientes/alunos. Só assim você conseguirá notar a linguagem silenciosa que pode, muitas vezes, indicar que o estresse está prejudicando alguém e, assim, quando possível evitar dores e lesões musculoesqueléticas. 

A diminuição do estresse e melhora na qualidade de vida das pessoas está em nossas mãos, profissionais de saúde que orientam as atividades físicas de seus pacientes, e de educação física responsáveis pela prescrição e acompanhamento do treinamento.  

Por isso, se você quer aprender a realizar um acompanhamento humanizado, prescrever o melhor exercício físico para seu paciente, aprimorar sua abordagem empática, aperfeiçoar sua comunicação e se tornar um profissional que impacta positivamente a vida das pessoas, entre em contato comigo para receber suporte em seus atendimentos. Vamos juntos #deolhonomovimento.