Dor Lombar Crônica: Estratégias de Treinamento para Aliviar a Dor e Melhorar a Mobilidade 

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A dor lombar crônica é uma condição que afeta milhões de pessoas em todo o mundo, causando impacto na qualidade de vida, na produtividade e nos custos de saúde. 

Estudo que analisa a carga global das doenças, publicado na Lancet em 2018, demonstrou que a dor lombar e cervical ocupam o 1° lugar no ranking de anos vividos com incapacidade no Brasil. Outro estudo sobre prevalência da dor lombar no país encontrou uma alta taxa de prevalência anual (> 50%) em indivíduos adultos.  

A dor lombar pode limitar a capacidade funcional das pessoas, levando-as a abandonar as atividades físicas, a ganhar peso e a desenvolver outras doenças. Nós, que trabalhamos com saúde, podemos ajudar essas pessoas, promovendo a saúde coletiva, principalmente por meio de estratégias de educação sobre dor e melhora da função física desses pacientes. 

É nosso dever, entender as origens da dor, seus efeitos na vida de cada um, para então elaborar uma abordagem personalizada, visando combater o sedentarismo e estimular hábitos saudáveis. 

Entendendo o que é Dor Lombar Crônica 

Todos nós estamos sujeitos a ter um episódio de dor lombar em algum momento da vida. Já a dor lombar crônica é caracterizada como uma dor persistente ou recorrente na região lombar, dor entre a parte inferior das costelas e a prega glútea, mas não relacionada a traumas ou quedas, por mais de 12 semanas.  

A boa notícia é que cerca de 85-90% dos casos de dor lombar são de origem inespecífica, ou seja, não relacionada a nenhuma doença. A dor lombar crônica pode ser caracterizada por uma série de fatores físicos, psicológicos, e dimensões sociais que prejudicam a função física, a participação social e a qualidade de vida geral. 

Por isso, devido às origens multifatoriais, o tratamento da dor lombar crônica deve ser interdisciplinar, envolvendo médicos, fisioterapeutas, psicólogos, profissionais de educação física, dentre outros da saúde.  

Entre as modalidades de tratamento, o exercício físico é uma das mais eficazes e recomendadas, pois traz benefícios, tanto físicos, quanto mentais para os pacientes. 

Como o exercício físico pode aliviar a dor e melhorar a mobilidade? 

A literatura científica nos apresenta alguns mecanismos pelos quais o exercício físico pode atuar na redução da dor lombar, como, por exemplo: 

Mecanismos físicos:  

  • Aumento da força muscular, melhorar da amplitude de movimento/flexibilidade, lubrificação articular, melhora da composição corporal. 

Mecanismos neurofisiológicos:  

  • Pela liberação endorfinas e encefalinas: quando os receptores opioides são ativados pelas endorfinas ou encefalinas, eles inibem a transmissão dos sinais de dor ao longo das vias nervosas. Melhora da oxigenação muscular, o que pode levar a reduções na sensibilização periférica e central reduzindo a dor. Redução da hiperatividade simpática. Melhora do sistema imunológico.

Mecanismos psicossociais: 

  • Autoeficácia, saúde mental, benefícios sociais, redução da cinesiofobia e catastrofização. 

Estratégias de treinamento para aliviar a dor lombar crônica 

Como profissional de educação física, você pode auxiliar no alívio da dor lombar e na melhora da mobilidade ao elaborar estratégias de treinamento eficientes. Quando o assunto é dor lombar crônica, não há uma modalidade que seja superior a outra. 

A seguir, cito alguns exemplos do que a ciência nos mostra sobre a recomendação do exercício físico nestes casos: 

  • Exercícios aeróbios, como caminhada, corrida, bicicleta ou natação para melhora do condicionamento cardiorrespiratório; 
  • Exercício resistido, como musculação, pilates ou treinamento funcional, visando aumento da força e ganho de massa muscular; 
  • Exercícios neuromotores, como yoga, tai chi, que melhoram a amplitude de movimento, prevenção de tensões e redução do estresse; 

É importante frisar que a escolha do tipo, da intensidade, da frequência e da duração do exercício físico deve ser feita conforme as características, as preferências e os objetivos de cada paciente, respeitando os limites e as possibilidades de cada um. Tanto o baixo nível de atividade física quanto atividades em excesso podem prejudicar o quadro de dor.  

O exercício físico deve ser orientado e supervisionado por um fisioterapeuta ou profissional de educação física qualificado, que possa avaliar, prescrever, corrigir e monitorar o treinamento, evitando complicações e maximizando os resultados.  O que geralmente diferencia em qual momento estar com o fisioterapeuta ou com o profissional de educação física é a capacidade funcional do paciente e nível de dor.  

O exercício físico deve ser realizado de forma regular, progressiva e contínua, para que os benefícios sejam mantidos a longo prazo. Mais do que indicar exercícios, é fundamental ter uma abordagem empática e uma comunicação clara para melhorar a qualidade de vida das pessoas e promover a saúde coletiva. 

Se você quer ser um profissional assim, fale comigo. Eu posso te ajudar a desenvolver estratégias de treinamento eficazes para pacientes com doenças e lesões musculoesqueléticas, além de aperfeiçoar sua abordagem, comunicação e atendimento. 

Conte com a minha ajuda e vamos juntos #DeOlhoNoMovimento.