Comportamento sedentário e saúde coletiva

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Acho que praticamente todo mundo está cansado de saber a importância da prática de atividades físicas!!!

Inclusive que ela tem um potencial enorme em melhorar a qualidade de vida em pessoas com dores, lesões musculoesqueléticas e/ou doenças crônicas.

Então onde ainda estamos errando enquanto profissionais da saúde para que as pessoas mudem efetivamente de comportamento?

ALGUNS DADOS

Estudo que analisa a carga global das doenças demonstrou que a dor lombar e a dor cervical ocupam, respectivamente, o 1° e 6° lugar em anos vividos com incapacidade. Em 7° outras desordens musculoesqueléticas, em 10° as quedas e 12° a osteoartrose.

GBD,2017

Um estilo de vida fisicamente ativo é fator de proteção para estas condições e também para redução da dor e melhora da função física. Porém ainda estamos longe de atingir os níveis adequados em larga escala.

A organização mundial da saúde (OMS) reconhece a dor crônica com problema de saúde pública e com o envelhecimento da população, este cenário tende a se tornar mais preocupante.

O NOSSO PAPEL PROFISSIONAL

Sabemos que grandes mudanças na prática de atividades físicas e educação em saúde dependem de ações governamentais!

Mas no que tange nossa responsabilidade individual,como profissionais da saúde, nós podemos melhorar nossa comunicação  para transmutar este cenário. 

Em 2018 a OMS lançou um plano de ação global para o aumento da prática de atividades físicas na população em até 15% até o ano de 2030.

Cabe a nós termos conhecimento destas ações, das diretrizes para prática em cada condição de saúde, e também termos uma comunicação mais coesa no que diz respeito às orientações.

Instruções como: “Caminhar pode ser perigoso para o seu joelho”, “Escolha qualquer atividade que não aumente sua dor”,” Pare com a musculação já e vá para natação”, “Pare o que está fazendo e faça somente caminhadas”, “Faça somente Pilates” não trazem segurança ao paciente.

Além disso, é fundamental explicitar que as condições de saúde estão associadas a uma ampla gama de fatores físicos, psicológicos e de estilo de vida, muitos dos quais podem ser melhorados por diferentes abordagens de atividades físicas e exercício físico.

Com nossas ações individuais podemos colaborar com a redução do comportamento sedentário, com o ambiente, com o desenvolvimento econômico, com o bem-estar da comunidade e qualidade de vida, reduzindo o ônus aos sistemas de saúde.

Vamos relembrar alguns conceitos:

COMPORTAMENTO SEDENTÁRIO X INATIVIDADE FÍSICA

Embora possam parecer sinônimos, esses dois termos são conceitualmente
diferentes, ou seja, eles são caracterizados da seguinte maneira:

O comportamento sedentário é um termo utilizado para caracterizar um conjunto de atividades, realizadas na posição de descanso, isto é, em posição sentada, que apresentam um gasto energético muito próximo do repouso/basal (1,0-1,5 MET – que é taxa média do consumo de oxigênio em repouso).

Portanto, assistir televisão, usar computador ou outro equipamento eletrônico de tela, trabalhar ou estudar em posição sentada, entre outras tarefas, são exemplos de atividades que caracterizam o comportamento sedentário.  Obviamente que esses comportamentos quando muito prolongados, potencializam o aparecimento de doenças cardiovasculares, alguns tipos de câncer, desordens musculoesqueléticas e até mesmo algumas doenças crônicas como o diabetes.

Já, a inatividade física, é caracterizada pela prática insuficiente de atividade física. Que é a condição de não cumprimento das diretrizes de saúde relacionadas aos níveis recomendados de prática de atividade física.

  • 150 a 300 minutos semanais de atividades moderadas ou 75 a 150 de atividades vigorosas

ATIVIDADE FÍSICA X EXERCÍCIO FÍSICO

Exercício físico também não é sinônimo de atividade física. 

Atividade física é qualquer movimento corporal, produzido pelos músculos esqueléticos com gasto energético acima do repouso. Isto engloba atividades físicas de lazer, atividades físicas no trabalho, nas tarefas domésticas, nos deslocamentos a pé ou de bicicleta, etc. e também as práticas corporais como Yoga, Tai Chi Chuan, danças, artes marciais, capoeira e
práticas de aventura.

Já o exercício físico é uma subcategoria da atividade física. É classificado como um esforço estruturado, realizado repetidamente, com baixa ou alta demanda energética, com o objetivo de melhora da função orgânica através da evolução e manutenção de um ou mais elementos da aptidão física. Esta aptidão pode estar relacionada à saúde (resistência cardiorrespiratória, força e resistência muscular, flexibilidade, equilíbrio) ou ao desempenho atlético (resistência cardiorrespiratória, força e resistência muscular, flexibilidade, equilíbrio, agilidade, velocidade, coordenação, potência).

Então sabe quando uma pessoa lhe pergunta se “musculação para meu caso é bom”? “Pilates”? “Zumba”? “Posso praticar artes marciais”? 

Quando pensamos no quesito atividades físicas devemos incentivar que as pessoas atinjam os níveis recomendados independente de qual prática escolher.

E quando a pessoa precisa de uma orientação personalizada,  é fundamental que ela tenha orientação profissional para ser direcionada ao programa de exercício físico que melhor se adeque aos seus objetivos e necessidades. 

Agora um ponto importante: Só falar sobre a relevância das atividades físicas na saúde não faz com que as pessoas se tornem mais ativas. Precisamos facilitar ao máximo a adesão e aderência tanto das pessoas relativamente saudáveis quanto daquelas com alguma condição clínica. 

Quer saber mais? Fale comigo, tire todas as suas dúvidas e vamos juntos #deolhonomovimento!